quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O Silêncio.


Existe uma dimensão de mistério no silêncio de uma pessoa. Você não é só o que aparenta, suas palavras, seus gestos, etc. É também silêncio. Gosto de afirmar que não compreendemos uma outra pessoa enquanto não nos acostumamos a " escutar seu silêncio".

É um valor que se torna patente na dificuldade; quando continuamos juntos em silêncio após havermos compartilhado algo profundamente; quando não logramos encontrar as palavras mas sabemos que estamos "falando", quando, juntos, escutamos o silêncio de Deus.

Vale a pena despertar a sensibilidade para captarmos este aspecto profundo do silêncio.

Outra dimensão pode ser nosso próprio silêncio, em dados momentos. Determinadas impertinências não podem ter melhor resposta, castigo nenhum pode doer mais; mas temos de saber sair do silêncio e não nos encerrarmos nele dias seguidos, fechados no mutismo.
Existe, finalmente um silêncio que, quando não sabemos falar, mas tudo exprime em nosso olhar.

Quando estamos vivendo momentos difíceis, não sabemos dizer o que está acontecendo. Sofremos uma contradição, um fracasso. Esse silêncio que pede tempo para assimilar, respeito, compreensão e apoio.

Esses silêncios que devemos escutar e nos quais poderemos - talvez - mais proximidade do que em mil palavras.

Esta é uma reflexão a ser cultivada. Por isso lhes digo que aprender a respeitar o silêncio é, indiscutivelmente, algo a ser respeitado.
Saber ouvir a partir do outro e não a partir de minhas "trincheiras";
Querer o bem do outro, não me impor;
Interessar-me realmente por ele;
Respeitá-lo;
Estar aberto ao pluralismo das ideias e das opiniões, sem dramatizar;
Saber responder;
Ser capaz de objetivar, de ver o que há de verdade no outro.

Apresentei-lhes uma orientação e um instrumento. Oxalá vocês desses seres abertos, transparentes pela humildade, que tudo facilitam. É preciso aprender no encontro humano, na interação e no respeitar o silêncio do amigo.

Passo a Passo


Ser feliz não é um estado adquirido no berço, como marca de nascença e estabelecido em definitivo para toda a vida, como sobrenome de família. Parece mais um aprendizado permanente, contínuo e de dificuldade crescente, que demanda contínua motivação para enfrentar essas dificuldades.
Assim, ao meu ver, existem os que aprendem mais depressa e retêm melhor esse aprendizado, e os que relutam e brigam mais contra as oportunidades e os ensinamentos dessa arte (ou ciência, quem o sabe), permanecendo num mundo de pouca luz, da depressão, do egoísmo, da infelicidade cristalizada e convicta, participando de uma doença mental e social deste final de século, que é a grande solidão coletiva.

A felicidade é algo que todo ser humano deseja e quer, independente de haver um consenso a respeito de sua conceituação. Muitos sábios e estudiosos tentaram conceituar felicidade, porém, por mais que se procure um conceito sobre felicidade, tal conceito não existe.

A felicidade é uma semente que deve ser bem preparada antes de ser plantada e cultivada para brotar, crescer, florescer e ser colhida. Ela está ao alcance de todos, independentemente de conteúdo, aspecto exterior e condições de vida, da mesma forma que todos podem cultivar uma planta qualquer num pequeno vaso em sua casa. A felicidade é algo com que podemos sonhar, que podemos imaginar, perseguir e finalmente alcançar.

A que conclusão chegamos?
Que a felicidade é algo simples e não pode ser comprada com dinheiro e poder. Está ao alcance de todos, mas poucos descobrem o caminho para ser feliz. Realmente é difícil, mas ao mesmo tempo muito fácil. Ela pode e deve ser conquistada todos os dias e encontrada nas pequenas coisas.

Felicidade é um estado de espírito e, como tal, está dentro de todos nós.
Devemos saborear as nossas conquistas, os nossos momentos de felicidade, sentir a alegria de viver, mesmo que para isso sejam necessários momentos de reflexão para chegarmos à conclusão de que temos o bastante.

Para concluir, quero e espero que você, meu leitor, entenda a vida, o que é a felicidade e como ela é simples e fácil de ser atingida em nossas vidas.

Acredite, levante-se e caminhe.
Seu sonho se realiza
Se você o realizar...
Passo a passo.

Acredito que posso e devo mudar.


Respondo baixinho, só para mim mesmo - sim, mudei bastante.

Já mudei de pele várias vezes, igualzinho a um reptil que se descasca. Não, não falo de exterioridades. É que os olhos, que são as janelas da alma, mudam de acordo com os movimentos do espírito e percebo outra cor em meus olhos.

Reconheço que argumentei muito sem a preocupação de questionar meus pressupostos. Eu me sentia satisfeito de enxergar o mundo com binóculos emprestados e, pior, invertidos.

Desejo aprender a fazer amigos sem interesses. Quero tão somente, ser honesto com minha alma, viver com integridade diante da minha família e dos meus amigos.

Sei que posso arrefecer a força de minha escrita, mas estou colado ao oficio venturoso de viver. Amo a vida porque tento entupir o ralo por onde podem descer os poucos dias de minha vida, escapo do banal.

Aprendi que, quem repete frases numa ladainha infindável não sabe nada da vida.

Aprendi que quem aparenta exageradamente justo não passa de um hipócrita.

Não dependo de quem afirma: "Pode sempre contar comigo".

Não aceito o consolo de quem prega: "Em terra de cego, quem tem um olho é rei". - imagimo que ele queira furar meu olho.

Não confio em quem diz: "Você acha que estou mentindo....? - Hum, acho que sim.

Vou logo adiantando, não partirei daqui sem antes deixar a minha reclamação clara para Deus e para todos:

PRECISO DE MAIS TEMPO PARA MUDAR.

Apenas mais um passo.


Vivemos num mundo cada vez mais superficial, em que as pessoas buscam as coisas fáceis, instantâneas e descartáveis, queremos fugir dos relacionamentos que exigem sacrifício, renúncia, perdão e recomeço.

Queremos emoções momentâneas súbitas, fugazes. Só é bom aquilo que é imediato e não exige esforços. Acontece que tudo que tem essas características são realidades que se dissolvem rapidamente. Do mesmo jeito que chegam, partem. Temos medo daquilo que exige intensificação de forças. Fugimos daquilo que exige dificuldade e empenho trabalho e empreendimento. Com isso, quando nos deparamos com os sofrimentos que existem no amor, queremos idealizar um amor sem sofrimento, uma vida inconsequente.


Uma coisa é certa:
sem esforço, garra e renúncia não existe amor.

O verdadeiro relacionamento deve ser cultivado todos os dias, e a cada dia. Sem este cultivo, o menor sentimento negativo vira dor e mata o amor.

Na convivência vamos descobrindo nossas limitações e revelando nossas carências. O pior é que revelamos também carências e limitações que desconhecemos de nós mesmos ou aquelas que nos são conhecidas, mas que permanecessem ocultas. Amizades que se solidificaram pelo caminho torturante e doloroso da angústia são mais fortes que as nascidas da simpatia.
A gente vive como quem nada, pedala ou corre. Viver é uma travessia que, muitas vezes, parece impossível.

Os percalços da viagem, inesperados. Até os parceiros que nos acompanham não são sempre dignos de confiança.
Quando achar que não tem mais forças, dê mais uma braçada, mais uma pedalada, mais um passo.
O Espírito de Deus lhe ajudará a seguir adiante!

Palavras do meu querido filho Marcelo.



TE AMO MEU PAI!!!
 Me orgulha ver seu afeto demonstrado meu pai.
VOCÊ, meu grande e melhor amigo...
Quando o sol ainda não havia cessado seu brilho, quando a tarde engolia aos poucos as cores do dia e despejava sobre a terra os primeiros retalhos de sombra, eu vi que Deus veio assentar-se perto do fogão de lenha da minha casa... Chegou sem alarde... Ele tinha feições de homem feliz, realizado, parecia imerso na alegria que é própria de quem cumpriu a sina do dia e que agora recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe. Eu o olhava e pensava: Como é bom viver essa hora da vida, em que tenho direito de ter um Deus só pra mim. Cair nos seus braços, bagunçar-lhe os cabelos, puxar a caneta do seu bolso e pedir que ele desenhasse um relógio... Mas aquele homem não era Deus, aquele homem era meu pai!!! (Sérgio Rezende). E foi assim que eu descobri, que meu pai com o seu jeito finito de ser Deus, revelou-me Deus, com seu Jeito infinito de ser homem!!!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Obrigado Senhor.


Texto de Leonardo Viola Rezende, Filho querido.
Neste momento minhas palavras fogem, amedrontadas, duvidosas de si. Reconhecem que nenhuma delas poderiam, ao menos, almejar uma expressão plena do que nos envolve, do que nos mantém, seria como querer explicar Deus e Seus planos. Não nos faltou amor no vale das sombras, e com este, sinto a inspiração da vida ao enxugar meus olhos, sejam lágrimas de tristeza, sejam lágrimas de alegria. Quanto ao tesouro, os palpáveis enterrem antes de minha morte, pois o que levarei comigo não se pode tocar, não se compra e nem se vende. Sou mais eu porque sou vocês, espelhos de minha alma. Minha forca tem nomes e endereço, mas seja virando a esquina ou cruzando fronteiras, sinto a mão de meu pai em meu ombro, sinto as mãos de minha mãe em meu rosto, sinto os braços de meu querido e muito amado irmão envolvendo meu tronco, sinto a oração forte de minha vó e sinto os dedos de minha noiva, Mariana, entrelaçando os meus. Marcelo, minha destra atingiu sua face inúmeras vezes, me pergunto quantas vezes seria necessário um punhal entrar no meu coração para que eu me perdoasse por um único ato insano destes? Meu pai, quantas vezes me voltei contra o Sr. e minha mãe? e quantas vezes precisaria, eu, morrer, para que eu ouvisse a voz de vocês uma única vez? O amor de vocês sempre me trazia de volta, sempre havia um banquete a minha espera, como posso explicar isso? Não me atrevo! Quão longe vai este amor? Desafia e surpreende pessoas, comove, aquece, acalma, ensina. Este eh meu legado, pode ser seu, e seu, seu e seu também. Eh verdadeiro, eh incondicional, eh nosso prezar, nossa missão, espalhar, difundir este amor. Amor, talvez seja esta a palavra que jamais se amedrontara e que explicara todas questões as quais vocês não tem resposta. Obrigado meu Senhor.

Bajulação.


Quem escolhe o caminho menos repetido, abre mão dos aplausos, dos tapinhas nas costas e dos confetes. Na verdade, as pessoas não invejam as conquistas dos grandes heróis, sequer o preço que pagaram, mas cobiçam os aplausos, as ovações e a bajulação dos triunfantes. E tudo isso não passa de vaidade, de um nada de nada.

Amigo, entendamos: o caminho mais usado não leva a lugar nenhum porque termina no inferno da perfeição. Perfeição que cobra dos humanos um padrão que só os deuses mitológicos alcançam. Fuja dessa armadilha que não só fatiga como destrói com o ácido chamado ansiedade.

Nunca pense que jogou a vida fora por não ter alcançado as luzes da ribalta. Jamais inveje os que gravaram o nome na calçada da fama. Tudo vira pó. A glória humana se dispersa em nada. Dedique-se a construir relacionamentos significativos. Priorize os encontros despretensiosos. Doe-se sem esperar recompensa humana.
Escolha abrir sua própria picada. Evite bitolas, cabrestos, vendas, algemas. Escreva a sua história sem se preocupar se alguém vai considerá-la digna de ser publicada. Só você conhece o valor de seus momentos. Um dia, com um suspiro, você também verá que duas estradas bifurcaram e valeu ter viajado pela menos preferida.

Descoberta.


Olho para o passado com lascas de nostalgia e pontas de melancolia. Caminhos que nunca trilhei hoje parecem bem mais fáceis. Não, não pretendo remontar passado. Desisto de qualquer tentativa de ressuscitar o que jaz sob a decepção.
Também não me prostro no altar do niilismo; descreio da capacidade humana de erguer-se pelos próprios cadarços. Meu existencialismo é frágil, carregado de suspeita.

Incoerências entre discurso e prática me desesperam. A incapacidade de ver no que acredito de coração me enoja. Criei cismas. Rio por dentro; é meu jeito de sobreviver aos ufanismos que tanto me irritam.

Para refazer meu compromisso com a vida, desisto de tentar levar a ferro e a fogo qualquer coisa. Erros me fizeram bem. Boas ações me arruinaram. Amigos me entristeceram. Desconhecidos me acolheram. Quando planejei, empaquei. Por outro lado, inesperadamente a vida deu certo sem planejamento.


Paguei um alto preço por ser indolente. Mas, incrível, quando deixei para o dia seguinte o que deveria fazer hoje, foi bom.

Hei de aprender a não discursar. Almejo ser mais enfático, mas só em ternura; mais brando em afirmações. Pretendo rearrumar minha oratória. Quero voltar a olhar para o nada, como as crianças; a ritualizar os instantes, como os namorados.


Para refazer meu compromisso com a vida, espero envelhecer sem casmurrice.

E que não reste nenhuma nesga de frustração em minha alma. E que eu siga minha vida dizendo: valeu!

Um sonho lindo.



Todas as pessoas vivas sonham. Quando falamos em sonho pensamos primeiro naquela associação de ideias, muitas vezes incoerentes, no subconsciente de quem dorme. Ou pensamos no sonho como ilusão própria de pessoas que vivem fora da realidade. Mas o meu propósito neste texto é considerar o sonho como inspiração legítima de algo possível através do trabalho persistente do sonhador. Devemos muito aos sonhadores que lutaram para que seus sonhos se tornassem realidade.

Somos desafiados a viver na inspiração dos nossos sonhos para que eles se transformem em grandes realidades.

Recentemente folheando uma revista, encontrei a seguinte história que creio ser apropriada para meditar:

" Uma senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, aproximou-se do proprietário, conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos, argumentando sobre a enfermidade de seu marido e sua conseguente impossibilidade de prover o sustento da família. O dono do armazém zombou dela e pediu para que se retirasse do seu estabelecimento. Pensando na necessidade da sua família, a pobre mulher implorou: - Por favor, senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que tiver. Mas ele lhe respondeu que ela não tinha crédito nem conta em sua loja. Em pé no balcão ao lado, um freguês que ouvia a conversa entre os dois, aproximou-se do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta. Então, o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher: - Você tem uma lista de mantimentos? - Sim! - respondeu ela. - Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar eu lhe darei em mantimentos! Não compreendendo a proposta, a pobre mulher hesitou por uns instantes e, com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel e nele escreveu alguma coisa, depositando-o, em seguida, na balança. Os três ficaram admirados quando o prato da balança, com o papel desceu e permaneceu embaixo. Completamente pasmo com o marcador da balança, o comerciante se virou lentamente para o seu freguês e comentou contrariado: - Eu não posso acreditar! O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança e, como a escala da balança não equilibrava, pendendo sempre para o lado do pedaço de papel, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada. O comerciante ficou ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido, até que finalmente pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado. Não era uma lista de compras, mas sim, uma oração, que dizia: “Meu Senhor, o Senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isso em suas maõs...".

Posso afirmar que "Um sonho Lindo" é sonhado com Deus, é sonhado por pessoas que são conscientes de suas limitações e dependem de Deus.


Lembre-se, a pessoa que tem grandes sonhos é mais forte do que aquela que possui todos os fatos.

Lute



Precisamos ser persistentes. Ter consciência de que na busca dos nossos sonhos
 NÃO VALE TUDO
Só vale amar o próximo como nos amamos. Só vale obter um sonho com integridade. Só vale obter um sonho com ombridade. Só vale obter um sonho com honestidade. Só vale obter um sonho com sinceridade. 
Só vale obter um sonho com transparência. Só vale obter um sonho com valores morais e espirituais elevados.
Sonhar é preciso, mas devemos nos conscientizar de quem nem sempre nossos sonhos se concretizarão. Afinal de contas, sonhos são sonhos. Eles nos levam a viver suspirando, lutando, indo em frente com objetivos de alcançá-lo. Eles nos motivam, nos impulsionam a viajar nos delírios, como D. Quixote de La Mancha, que com sua lança e escudo lutava contra moinhos de ventos. Mas, em seu delírio sonhador ele atingiu vidas e as modificou. Como sua doce Dulcinéa, que teve sua vida transformada de uma prostituta caída em uma donzela, pelo encontro que teve com um sonhador delirante.
Sonhar é preciso. Porém, muitas vezes você precisará ser persistente em busca de seus objetivos. Se não conseguir, entenda que pelo menos valeu à pena sonhar e lutar.
Lute, até que você consiga plantar uma flor naquele inacessível chão da sua vida.

Algumas mudanças precisam acontecer.



Que as religiões, se concentrem na vida aqui no mundo; que busquem aliviar os cansados e oprimidos antes de prometerem facilidades. Visitem os doentes, antes de tentarem decodificar os mistérios da dor. Que aprendam a dar com a mão esquerda e não busquem recompensas financeiras com a mão direita.
Que os lideres voltem a caminhar junto aos pobres; que façam estágio na casa de um sofredor; que acordem cedo, sintam o aroma do café preto, que a visão da dificuldade enfrentada pelos machucados pela vida, amorteça a ganancia.
Que as mensagens feitos nos templos imitem as brincadeiras infantis onde ninguém é dono de nada, nenhum projeto definitivo, e não se separam as pessoas entre lideres e liderados. Já que o Reino Eterno não é dos adultos, mas dos pequeninos desprovidos de amargura, rancor e tanta briga.
Que os bancos das igrejas sejam transformados em gangorras e balanços; que os cultos e missas vire festa parecida com aniversários de crianças, com muita alegria, dança, e sem hora para terminar.
Alguém pode pensar que sou um sonhador, mas sonhar bobagens e permitir que eles floresçam, prefiro continuar ser um sonhador.
Proponho trégua entre os lideres religiosos. Chega de incompreensão. Basta de tanta coisa absurdas em nome de Deus.

SE CRER GERA AMOR E ÓDIO COM A MESMA INTENSIDADE, CONCENTREMOS NOSSAS FORÇAS NA TERNURA. 

Não acredito em sorte.

 Não acredito em sorte, acredito em pessoas que dão coisas boas aos outros – e não tenho como negar, alguns trazem negativismo. Sou da opinião de que definimos destinos. Massageamos contusões e ferimos auto estima. Ensinamos a dar a volta por cima e enlameamos.
Fomos criados para nos tornar criadores. Daí, na breve história da cultura, termos conseguido nos especializar em obstáculos. Se a carne for dura, aprendemos a cozinhar. Se ver os mortos apodrecendo a céu aberto aumenta a dor da perda, aprendemos a enterrá-los. Se mover uma carga se mostra dificultoso, aprendemos a utilidade da roda. Mas tem o outro lado. Quando ir e vir incentiva a liberdade, erguemos porteiras. Para aumentar domínios, organizamos exércitos.
 
A palavra falada, a reação impensada, o elogio espontâneo, o comentário, tudo serve na construção do amanhã. Ninguém pode se escusar sob um fatalismo, tipo “o que será, será”.  Alguém pode rir ou sofrer porque vidas se tangenciaram.
As estrelas não afetam a sorte das pessoas – elas estão longe demais –  com a mesma força que uma pessoa, tão próxima. Azar ou sorte, eis a questão, diz respeito a todos.

A alma necessita penetrar nesse silêncio...



 Viver profundamente exige mergulho. Isso não é algo que façamos com superficialidade, sem que as águas geladas da verdade encharquem todo o nosso ser.
Quão cegos é possível nos tornarmos por causa de nossas defesas psicológicas, sem admitir nossas fraquezas interiores, nossas crises existenciais, nossos abismos, que nos distanciam dos outros e de Deus. Construimos muros de indiferença, que nos tornam quase impenetráveis; quase, porque Deus não desiste de nós. Se preciso for, usará tempestades ou abismos para nos sacudir, nos ensinar, nos redirecionar e nos convencer a obedecer e amar. 
Temos dificuldade de tirar a cera, a máscara. Com isso, não conhecemos e não somos conhecidos. O homem precisa entrar no mergulho dentro de si mesmo para receber o amor de Deus. A alma necessita penetrar neste silêncio... 
A decisão de nos lançarmos para dentro de nós mesmos, leva-nos à compreensão de que nossa mente consciente percebe muito pouco de tudo o que existe nas regiões mais profundas do nosso eu. 

Você teme saltar nesse lugar desconhecido?

Você tem medo de mergulhar  nas realidades de seu mundo interior e incluí-las em seu mundo exterior?

Só mesmo diante do inevitável é que nós mergulhamos. E quando isso acontece, quando você mergulha dentro sí mesmo e se enfrenta, o mar se acalma e as pessoas ao seu redor desfrutam paz. Quando decidimos deixar de mentir, de nos iludir com nossas fantasias; quando decidimos parar tudo e nos interrogarmos sobre o que a vida quer de nós - experimentamos uma calma inexplicável.

Deus e a sua justiça.



Como podemos buscar o reino de Deus em primeiro lugar? Para a maioria das pessoas, o reino de Deus é a fatia da realidade onde são respeitados os dogmas, observados os códigos morais e praticados os rituais da religião cristã. Para participar do reino de Deus, acreditam, é necessário aquiescer racionalmente a um conjunto de verdades objetivas - doutrinas e dogmas -, submeter-se ao batismo nas águas, tornar-se membro de uma igreja cristã e passar a participar de suas atividades. Para estes, buscar o reino de Deus em primeiro lugar significa afastar-se das atividades mundanas e envolver-se nas atividades religiosas. Quem entende o reino de Deus nas categorias religiosas acredita, por exemplo, que quando alguém está no seu trabalho secular está longe do reino de Deus, porque está buscando as coisas do mundo, mas quando está atuando em um ministério da igreja está buscando o reino de Deus. Ou que, entre duas pessoas, uma diante da televisão assistindo a um programa de auditório, e outra ajoelhada no quarto em oração, está claro que quem está orando está buscando o reino de Deus e a outra está desperdiçando seu tempo com as coisas do mundo. Henry Nouwen tem outra compreensão a respeito do significado de buscar o reino de Deus em primeiro lugar. Veja o que ele disse: Quando Jesus nos chama para buscar em primeiro lugar o reino de Deus, ele não pretende nos afastar das atividades, pessoas e relações que constituem as nossas vidas. Jesus não fala em mudança de atividades, mudanças de contatos, nem sequer em mudança de ritmo. Ele fala em mudança de coração. Jesus nos pede para que coloquemos o nosso coração no centro, onde todas as coisas se encaixam no lugar certo. Que centro é esse? Jesus o chama de reino de Deus. Voltar nossos corações para o reino de Deus é fazer da vida do Espírito em nós e através de nós o centro de tudo quanto sentimos, pensamos, dizemos e fazemos. Na visão de Nouwen, buscar o reino de Deus em primeiro lugar não tem a ver com o que fazemos, mas com a maneira como fazemos o que fazemos. Importa mais o coração do que a atividade. É possível que o dentista esteja mais integrado no reino de Deus do que alguém distribuindo sopas nas madrugadas frias da cidade; assim como é possível que o professor que dá sua aula de geografia esteja experimentando o reino de Deus mais do que o ministro de louvor no palco dominical. Rob Bell também me ajudou a buscar o reino de Deus em primeiro lugar. Ele disse que reino de Deus é tudo que é normal. Isto é, quando as coisas acontecem como deveriam acontecer, ali está o reino de Deus. A mãe que amamenta com amor seu bebê, o pai que aconselha seus filhos com sabedoria, o profissional que realiza seu trabalho com excelência, a mulher que ouve sem julgar o desabafo de uma amiga, o jovem que vive seu romance sem usar e abusar do outro, a mulher que separa o lixo da casa de maneira ecologicamente correta e tantas outras coisas corriqueiras do nosso dia-a-dia refletem o reino de Deus. Buscar o reino de Deus em primeiro lugar não exige feitos extraordinários. Basta cooperar com Deus para que as coisas aconteçam como devem acontecer, isto é, que à vontade de Deus seja feita na terra como é feita no céu: fazer as coisas certas com o coração certo - eis o reino de Deus e sua justiça.